sábado, abril 27, 2024
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7 PRINCIPAIS MOTIVOS QUE LEVAM AS AVES À CLÍNICA E COMO PREVENI-LOS

Conheça quais são eles e oriente seu cliente dono de ave para que ele não cometa tais erros

Foto: PawziiStock

Confira as ocorrências mais comuns que encontro no meu dia a dia, no atendimento de clínica veterinária especializada em animais silvestres e exóticos, e saiba como orientar melhor o seu cliente, tutor de animais não convencionais.

1. FALTA DE CONSULTA PREVENTIVA

A medicina preventiva deveria ser um padrão para qualquer espécie, afinal, é muito mais fácil e seguro prevenir do que tratar uma doença. O acompanhamento médico-veterinário é indispensável para realizar exames de rotina e passar informações. Muitas pessoas esperam seus animais apresentarem sinais clínicos para levarem até um médico-veterinário. Como presas, aves dificilmente apresentam mudanças no comportamento logo no início de alguma doença. Geralmente quando percebemos algo diferente, o quadro clínico já está agravado e tende a piorar muito rápido. Em alguns casos, iniciamos o tratamento tarde demais.

2. NÃO FAZER QUARENTENA

É muito comum pessoas que querem ter mais de uma ave ou espécies de pássaros, introduzir uma nova ave nesse ambiente sem realizar um intervalo de tempo, cometerem o erro de juntarem as aves que já estavam em casa com as novas. Sem realizar uma introdução correta ou ter certeza de que a ave nova está livre de doenças, a recomendação é levar o novo indivíduo para um atendimento veterinário, realizar exames complementares e deixar em um ambiente afastado das demais por um tempo determinado. Com a mudança de ambiente, alimentação, queda de imunidade, as aves que possuem algum tipo de enfermidade, na maioria das vezes, apresentam sinais clínicos. A quarentena serve como uma medida de segurança, evitando a transmissão e propagação de doença que podem vir com aves provenientes de outros locais.

3. ADQUIRIR AVES COM PROCEDÊNCIA DUVIDOSA

Sabemos que a comercialização de aves não recebe a atenção e fiscalização necessárias. Vemos que a venda de aves domésticas e ornamentais vem crescendo, e assim como em outras espécies, a sua criação necessita de atenção. Devemos adquirir animais de criatórios que possuem aves livres de doenças e acompanhamento médico. Ainda hoje é comum encontrar pela cidade, locais que vendem aves de forma deliberada, gaiolas com uma superlotação de animais, sujas, enferrujadas e com manejo alimentar incorreto. Muitas vezes animais de procedência duvidosa tem um valor menor, comparado com animais de criadouros legalizados e padronizados.
Na maioria das vezes, esses animais já chegam ao proprietário com uma série de problemas, doenças ou informações sobre o manejo totalmente incorretos, que acarretam em problemas de saúde e, até mesmo, ao óbito da ave. Devemos sempre ir em busca de criadores que investem em estrutura, exames no plantel, que investem em genética dos padreadores e possuam um bom manejo. O barato pode sair caro, principalmente quando não respeitamos a quarentena.

4. IGNORAR MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO

Assim como já foi comentado, as aves são presas, e as presas na natureza não podem demonstrar fraqueza, pois se tornam alvos fáceis para os predadores. Por isso, as sutis mudanças no comportamento das nossas amigas aves podem ser sinais de alerta de que algo não está certo. Quando nos damos conta, e nossas aves deixam de comer, ficam sonolentas ou mudam as consistências das fezes e perdem peso de forma muito rápida, às vezes pode ser tarde demais. Algumas pessoas ainda esperam que “melhorem sozinhas”, e aí que mora o perigo. A cada dia que passa, fica muito mais perigoso e difícil de reverter o quadro clínico desse paciente, por isso, em qualquer mudança de comportamento, entre em contato com seu médico-veterinário de confiança!

5. AUTOMEDICAÇÃO

Além da demora para levar a ave até uma clínica especializada, outro grande erro que muitas vezes acarreta a piora, ou até mesmo a morte da ave, é a medicação por conta própria. As aves são animais sensíveis e de baixo peso. A utilização de medicações sem conhecimento de doses ou princípios ativos, é muito perigosa. A maioria das medicações são feitas para cães e gatos, com princípios ativos que nem sempre são recomendados para aves. Somente um médico-veterinário especializado tem o conhecimento necessário para prescrever, indicar ou medicar corretamente e de acordo com a necessidade de cada animal. Quando realizamos a medicação por conta própria, corremos o risco de mascarar sinais clínicos, causar resistência de bactérias, e até mesmo, intoxicar nosso animal de estimação!

6. OFERECER ALIMENTOS IMPRÓPRIOS

Sabemos que o erro de manejo alimentar é uma das principais causas de doenças em aves domésticas.
Oferecer dietas ricas em gorduras, pobres em nutrientes e vitaminas, alimentos industrializados e químicos, trazem inúmeros distúrbios e problemas de saúde, muitas vezes, irreversíveis e letais.
A passagem por consultas de rotina com profissionais especializados serve para retirar as dúvidas mais frequentes em relação ao oferecimento de comida, que variam de acordo com a idade e espécie de animal.
Com o acesso fácil a informações através de pesquisas na internet, fóruns e grupos, muitas pessoas acabam sendo bombardeadas de tantas informações, que muitas vezes, acabam não sendo realmente indicadas. Por isso, muito cuidado com as informações de fontes duvidosas e sempre procure a orientação de um profissional capacitado.

7. ACIDENTES DOMÉSTICOS

Todos nós amamos a companhia das aves em nosso lar. São simpáticas e interagem bastante, mas não podemos esquecer que também são pequenas e frágeis. Quando mantemos nossas penosas soltas pelo ambiente doméstico, elas estão propensas a acidentes, como por exemplo: colisões, choques, fraturas, queimaduras ou intoxicação. As aves são naturalmente curiosas, gostam de pequenos objetos, por isso, o cuidado nos lares deve ser redobrado quando as penosas estão soltas, lembrando de sempre oferecer brinquedos apropriados e seguros para aves, livres de plástico, corantes artificiais. A maioria dos acidentes que acontessem com aves podem ser evitados, mantendo os animais longe de crianças, soltos sem supervisão, com brinquedos seguros e locais adequados.

Agradecemos a colaboração de Catharina Fonseca Coelho, Médica-veterinária pós-graduada em Clínica e Cirurgia de animais exóticos e selvagens da clínica Vet Exóticos, de Camboriú-SC.

Por Catharina Fonseca