sábado, abril 27, 2024
Caderno RegionalNegócios

Minas Gerais: Mercado competitivo e cheio de potencial

Confira o que empresas que atuam na região têm a dizer sobre os mercados pet e vet mineiros

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Farley Cordeiro, da Avets

Com muitas empresas do setor terciário (de serviços) atuando no estado, Minas Gerais fechou 2021 comum PIB de R$ 805,5 bilhões, que representa crescimento de 5,1% do PIB em relação ao ano de 2020, ou seja, cresceu acima do PIB nacional, que foi de 4,6%.
O estado de Minas Gerais é o segundo mais populoso do Brasil e possui população estimada de 21 milhões de habitantes, segundo dados de 2021do IBGE. Além disso, o estado é rico em bacias hidrográficas, e é o quarto maior estado do Brasil. “Devido a extensão territorial no estado de Minas é possível encontrar realidades distintas de mercado e, especialmente, de demandas por praça. O público mineiro está intimamente ligado a construção de negócios por relacionamento e confiança, seja com o vendedor ou com a marca. Tendo conquistado essa entrada no cliente, o mercado pet mineiro é bastante promissor”, aponta Farley Cordeiro, diretor de negócios empresa Avets, com sede em Belo Horizonte, que distribui seis marcas nos segmentos de pet care, medicamentos e higiene e beleza pet.

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 Igor Formigoni Lopes, da ECO Diagnóstica

Minas Gerais também é um estado conhecido pela amabilidade e receptividade do povo, que é expert em receber a todos com um bom café, pão de queijo quentinho e uma boa proza. No pet shop, não é diferente. Por esse motivo, Igor Formigoni Lopes, gerente de Linha Veterinária da Eco Diagnóstica, Minas Gerais é um mercado que demanda muito relacionamento e contato frequente com os parceiros, mesmo que questões como preços, prazos, abrangência de produtos, custo logístico e outras tantas questões de caráter quantitativo também sejam importantes para se destacar no mercado de MG. “O povo mineiro gosta de conversar, de se sentir bem recebido em uma parceria e de receber visitas ocasionais, mesmo que para apenas manter um relacionamento próximo sem que haja de fato alguma atividade de venda de novos produtos naquela ocasião. Assim, contatos frequentes para acompanhamento e suporte das atividades, acesso fácil a seus ‘gestores de conta’, e assessoria científica ágil com respostas bem claras e que realmente ajudem o clínico na conclusão de seus casos clínicos são fundamentais para se manter nessa região”, diz Igor, cuja empresa atua em todo território nacional, tanto através de atuação direta quanto através de 27 distribuidores, divulgando produtos em todos os estados brasileiros, mas o escritório de vendas e relacionamento fica em Nova Lima – MG e a fábrica em Corinto-MG. Além disso, Igor destaca que como o estado é um polo da produção de queijo e doces derivados do leite, a saúde da bovinocultura e de seus subprodutos é um ponto importante na região, e a ECO Diagnóstico que além do mercado vet para pets, também atua no segmento de saúde bovina e do leite, também busca manter contato próximo com fazendas e criadores através de visitas em zonas rurais. “Mas falando no mercado pet não podemos deixar de reforçar que o maior laboratório veterinário para pequenos animais da América Latina fica aqui, em nossa capital. Isto leva a um desenvolvimento técnico dos profissionais veterinários próximos, mesmo sem que estes percebam como são frequentemente aprimorados por esta presença”, acrescenta.
De acordo com Rafael Colnago, diretor comercial da Avante Distribuidora, que hoje atua com distribuições exclusivas nos estados de MG, ES, RJ e BA e com linhas multimarcas nas regiões, Sudeste, Nordeste, Norte do Brasil, o mercado de Minas Gerais foi o primeiro da empresa e, por isso, é onde têm uma grande tradição. “Pelo tamanho que MG tem, esse estado acaba atraindo um número grande de indústrias e fornecedores, o que o torna um mercado muito competitivo”, aponta Rafael. Ainda segundo ele, existe um movimento de concentração desse mercado, que é bem capilarizado. “Existe um movimento constante das indústrias e distribuidores em busca de estarem mais presentes nesse tão desejado mercado”, acrescenta Rafael, cuja empresa possui duas sedes, uma em Belo Horizonte – MG e outra em Serra – ES e trabalha com mais de 10 marcas com distribuições exclusivas e mais de 60 fornecedores especializados nos setores pet e vet.

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Rafael Colnago, da Avante Distribuidora

Pontos fortes e desafios

Para Rafael o setor de serviços é um ponto de destaque de MG e de maior desafio também. “Vejo muitos movimentos acontecendo em busca de melhorias contínuas para, de alguma forma, se destacar dentro do mercado. Os mercados de alimentos para pets, por exemplo, vêm, cada vez mais, sendo atendidos de forma direta pelas indústrias, e é um mercado com um número crescente de players regionais e também com grandes players nacionais. Ou seja, há uma corrida por essa grande fatia do mercado, o que o torna cada dia mais competitivo. O mercado de saúde animal, com os seus respectivos distribuidores de cada marca, também compete com os distribuidores multimarcas”, revela o diretor comercial, que acredita no diferencial competitivo dos times (pessoas), para conseguir aproveitar as oportunidades do mercado mineiro e, claro, no investimento em busca de boas parcerias com as indústrias.
Farley concorda que há grande competição no mercado pet food, que tem atendido, cada vez mais, os varejistas diretamente. “Já em medicamentos observa-se o movimento das principais marcas para grupos maiores e estruturados, deixando de lado empresas mais antigas que não acompanharam as evoluções do mercado”, acrescenta Farley, que ainda cita os altos impostos cobrados em MG como um grande desafio, pois são mais altos que em outros estados. Assim, para se manter competitivo em MG, Farley acredita que “é necessário estar atento às constantes transformações do mercado, ter foco nas dores do cliente e levar ao mercado soluções que te diferenciem.
”Já no mercado vet, Igor destaca que o estado ainda não possui uma quantidade de centros de especialidades, urgência, emergência ou hospitais como em São Paulo. “Como característica geral os estabelecimentos veterinários em MG são menores e focados em atendimentos mais regionalizados. Isto somado à grande quantidade de municípios no estado (somos o estado brasileiro com maior quantidade de municípios) leva naturalmente a uma grande quantidade de consultórios e clínicas veterinárias. Porém, nem todos estarão no nível ou no momento ideal de receber toda a tecnologia da nossa linha, mas possuem demanda para testes de triagem clínica (como testes rápidos para doenças infecciosas), que são uma grande e importante parte do que ofertamos”, aponta.

Tendências

Para Farley a tendência em MG é a mesma que em todo o Brasil, da migração do consumo para canais digitais (televendas/sites/aplicativos). “Acredito também que o serviço (banho e tosa/atendimento veterinário) é o que de fato fideliza o cliente ao ponto de venda e lojas que não entregam algum diferencial tendem a perder espaço”, acrescenta.
Já Igor acredita que MG tem muito espaço para crescimento do que chamamos de “atendimentos de especialidades”. “Temos observado crescimento em exames mais elaborados, aqueles que normalmente eram enviados para execução em laboratórios de apoio e que agora podem ser realizados dentro dos estabelecimentos dos próprios médicos-veterinários. Um exemplo claro disso são as dosagens hormonais, testes bioquímicos ou exames de biologia molecular (PCR). As tecnologias ECO permitem que o clínico internalize vários destes exames, reduzindo preços e prazos, além de trabalhar com uma amostra mais fresca e, portanto, com menos interferências relacionadas a etapas laboratoriais pré-analíticas”, explica Igor, cujas principais tecnologias diagnósticas point-of-care para biomarcadores especializados (VCHECK V200) e biologia molecular (PCRUN) produzidas pela ECO Diagnósticos são exclusivas no país.

Por Samia Malas