domingo, abril 28, 2024
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15 dicas para lidar com a crise Covid-19 no pet shop

Desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o novo coronavírus se tornou uma pandemia, o mundo todo se uniu para implementar medidas que evitassem o contato direto de pessoas.

Esta crise é bastante democrática, se podemos assim dizer. Ela afeta a todos: empresários grandes e pequenos, clientes e funcionários. Até os animais de estimação sofrem as consequências deste momento, pois devem permanecer confinados junto aos seus donos, porém continuam necessitando dos cuidados de sempre”, aponta Jane Mary Albinati Malaguti, consultora de negócios do Sebrae-SP.

No meio empresarial, o recurso mais adotado é o home office – prática que já vinha se tornando cada vez mais comum no mercado de trabalho. Contudo, muitas empresas – como é o caso dos pet shops – essa modalidade não é uma opção. De acordo com o diretor da empresa de recursos humanos Companhia de Estágios, Tiago Mavichian, nesses casos, é importante que a empresa adote outras medidas. “O volume de pessoas deve diminuir em alguns segmentos do varejo, o que diminui também o risco do contágio”, aponta Tiago. A seguir, especialistas listam algumas medidas importantes para a contenção do Covid-19 no seu pet shop e algumas alternativas que podem te ajudar a passar por essa crise em permanecendo em atividade.

1. Intensifique a limpeza do local

Aumente a frequência na qual você costuma higienizar a sua loja. O Covid-19 pode ficar até 3 dias nas superfícies de um ambiente, segundo estudo feito pelo Instituto Nacional de Saúde, agência do governo dos Estados Unidos. Os cientistas descobriram que o vírus pode sobreviver por mais tempo em plástico ou aço inoxidável, chegando a dois ou três dias de sobrevida. No ar, ele pode permanecer por 3 horas. Em cobre, resiste por 4 horas. Em papelão, por 24 horas. De acordo com o infectologista da A beneficência Portuguesa de São Paulo, João Prats, em entrevista ao site VivaBem, do Uol, desinfetantes comuns ou até água e sabão ou ainda detergente, são suficientes para desinfetar o ambiente.

2. Fluxo de caixa

O mais importante é estar preparado para uma crise longa, alerta o consultor de vendas Edmour Saiani. “Não imagino essa crise durando pouco tempo. Trabalhe seu fluxo de caixa de forma muito rigorosa. Ideal ter uma liquidez para que possa buscar dinheiro quando precisar, quando o caixa ficar negativo”, aconselha.

Jane pede que o empresário fique atento ao seu capital de giro. “Reveja as condições de pagamentos, do parcelamento de cartão de crédito, seus custos fixos entre outros. É importante fazer os ajustes necessários para garantir a saúde financeira da empresa”, comenta.

3. Preserve seus colaboradores

Tiago alerta que uma das primeiras medidas é comunicar os colaboradores a evitarem contato físico entre eles e os clientes. “Em caso de resfriados orientá-los a permanecerem em casa e a comunicar o RH sobre seu estado de saúde”, completa. “Manter os ambientes ventilados é outra alternativa boa. Limitar o número de pessoas que entram no recinto de maneira a manter alguma distância entre elas também é uma alternativa a ser estudada, além de orientá-los a não cumprimentar para que não exista contato físico e uso de máscara para quem atende em locais com volume de pessoas são alternativas para diminuir os riscos de contágio”, acrescenta.

4. Álcool gel para todos

Disponibilizar álcool gel nos balcões da loja para que clientes e vendedores possam higienizar suas mãos a cada contato é outra medida básica importante. Ainda segundo o infectologista João Prats, em entrevista ao site VivaBem, do Uol, lavar bem as mãos com água e sabão e o uso do álcool gel 70% são as formas mais eficazes de evitar a contaminação. “Ambos os métodos são efetivos para quebrar a cápsula de gordura protetora do vírus e destruí-lo”, disse ele, durante entrevista. Contudo, caso não encontre mais álcool gel no mercado, vale estimular a lavagem sistemática das mãos com sabão.

5. Jornada de trabalho alterada

Thiago sugere que, se possível, altere a jornada de trabalho para que os colaboradores não peguem transporte público em horário de pico. As aglomerações devem ser evitadas ao máximo. “As lojas podem operar em horário aumentado para fazer com que as pessoas sejam distribuídas, evitando a concentração de pessoas. Operar com menos funcionários também diminui os riscos, mas deve-se estudar se isso é possível”, aponta.

6. Use e abuse do delivery

delivery sempre pode ajudar em uma situação em que as pessoas não querem sair de casa. “Instalar o serviço agora talvez seja difícil, mas quem já tem o serviço, ele ajuda nesse momento”, aponta Edmour.

7. Foco no que vende

Foque nos produtos essenciais na sua loja. “Nesse momento as pessoas vão evitar comprar os itens superficiais e privilegiar os itens básicos, até no segmento pet”, atesta Edmour. Assim, tão importante quanto vender é saber comprar, alerta Jane. “Atenção ao capital de giro da empresa e perceba que o momento é de baixa nas vendas. Faça compras adequadas e mantenha seu controle de estoques atualizado”, afirma a consultora do Sebrae-SP.

8. Mídias sociais

Fazer comunicados e mandar orientações aos seus clientes via WhatsappFacebookInstagram, enfim, as mídias sociais que o seu pet shop utiliza é muito válido nesse momento, aponta Edmour. Diga que está adotando políticas que preservam a saúde dos seus funcionários, que disponibiliza álcool gel nos balcões ou ainda que está trabalhando com horários reduzidos – atendendo urgências, por exemplo, e suspendendo serviços supérfluos.

9. Agende horários

Para evitar aglomerações nas lojas, proponha agendamento de atendimento, principalmente para quem é grupo de risco, como idosos, sugere Edmour. Jane também sugere que se mantenha uma linha direta com os clientes. “Amplie o relacionamento e procure saber como ajudar. Muitos dos seus clientes devem pertencer ao grupo de riscos ou possuírem restrições. Sua ajuda será muito bem-vinda (entrega de produtos, retirada dos animais para banho, tosa, agendamento de consultas, vacinas, passeios, etc.)”, diz ela.

10. Aja com cautela

Jane lembra que o momento pede clareza na comunicação e apoio mútuo. “Converse abertamente com sua equipe sobre alternativas (férias coletivas, licenças, rodízios, readequações, etc.). Não demita seus colaboradores num momento de insegurança.  Você pode comprometer ainda mais o seu negócio no futuro, a sua imagem, piorar a qualidade de seus serviços e espantar de vez a clientela”, aconselha.

11. Fornecedores e parceiros

Mantenha um canal de comunicação aberto com seus fornecedores e parceiros comerciais, afirma Jane. “Defina novas formas de garantir a entrega de produtos, solicitar pedidos e até a possibilidade de renegociar pagamentos e dívidas.”  

12. Fortaleça as vendas on-line

Esse é o momento para investir em um e-commerce, caso ainda não tenha. “Crie canais de vendas alternativos, seja por aplicativos, redes colaborativas de clientes, telemarketing, grupos de compras, entre outras. As ferramentas de marketing digital são ótimas aliadas neste momento”, aponta Jane.

13. Aproveite para se reinventar

Jane sugere que se aproveite o tempo de menor movimento na loja de forma produtiva. “Observe as melhorias que podem ser feitas neste momento no seu negócio e aproveite para programá-las (reorganizar seu banco de dados de clientes, atualizar os estoques, prestar novos serviços, estudar novas estratégias e etc.).”

14. Ofertas diferenciadas

Entender que o seu cliente está receoso em gastar e oferecer serviços ou condições diferenciadas para atende-los, é um diferencial. “Os clientes também estão preocupados em gastar menos devido à insegurança atual”, lembra Jane.

15. Não entre em pânico

Transmita confiança, otimismo e fé de que o momento é passageiro.  Vibre de forma positiva. Enfim, seja o capitão do seu navio. Esteja confiante de que quando a tempestade passar e retornar a normalidade do mercado, você voltará mais fortalecido e preparado. Afinal, determinação, persistência e visão de futuro fazem parte dos comportamentos dos empreendedores de sucesso”, aconselha Jane.

Agradecimentos:

Edmour Saiani

Fez pós-graduação em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Como executivo, ajudou a construir histórias de evolução em companhias nacionais e multinacionais. Tempos depois abriu a Ponto de Referência, a única companhia de que já se ouviu falar que ajuda outras a construírem cultura e gestão de atendimento e serviços. conecta líderes, equipe e clientes para construir reputação, relacionamento e resultado. Edmour é autor de três livros que sustentam a cultura e são a base conceitual do trabalho da Ponto de Referência: “Loja Viva”, “Como ser o nº 1 e não mais 1” e “Marcas Simbióticas”.

Jane Mary Albinati Malaguti

Consultora de Negócios do Sebrae-SP. Atua há 8 anos como Consultora e Gestora de projetos do Sebrae-SP com ênfase nos setores de agronegócios e pet shop. Especialista pelo Sebrae em Empreendedorismo para pequenas empresas. Doutoranda em Administração pela ESPM. Mestre em Políticas Públicas pela UNIFESP, Mestre em Gestão de Agronegócios pelo IB-Instituto Biológico de São Paulo e graduada em Medicina Veterinária pela Anhembi Morumbi.

Tiago Mavichian

Graduado em Administração pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado FECAP, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Hoje é Fundador e CEO da Companhia de Estágios.