quinta-feira, maio 2, 2024
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Farmácia Magistral Veterinária: Serviço promissor, vantajoso e atrativo

Confira desafios de quem atua no setor e diferentes aspectos dos manipulados na veterinária

Imagem: Arek Socha por Pixabay
Foto: Divulgação

A atuação do farmacêutico no âmbito veterinário foi regulamentada em 2013, por meio da Resolução CFF nº572, e desde então, o setor tem sido bastante atrativo pelo crescimento que tem vivenciado no Brasil. Este profissional pode fabricar, dispensar medicamentos veterinários, suprimentos farmacêuticos e, também, orientar sobre o uso correto e seguro desses produtos para uso animal. A médica-veterinária Claudia Turra Pimpão, professora titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (das disciplinas Bases farmacológicas e terapêuticas; saúde única e medicinado coletivo), atrela o crescimento desse segmento ao próprio aumento dos animais de estimação nos lares brasileiros. “Percebemos esse crescimento também pelo número de farmácias de manipulação veterinária nas grandes cidades. O custo elevado dos medicamentos industrializados também pode ter impulsionado esse setor”, avalia a veterinária, que lista inúmeros benefícios desses medicamentos aos pets, principalmente os que precisam de alguma medicação de uso contínuo. “Os medicamentos manipulados facilitam a administração, principalmente quando leigos (responsáveis pelos animais) precisam continuar a medicá-los. Eles podem ter a mesma eficácia de um medicamento industrializado, se produzidos com matéria-prima de qualidade e seguindo as normas e boas práticas de fabricação. Vale ressaltar que a farmácia de manipulação veterinária deve ser registrada no MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) diferentemente dos medicamentos manipulados para humanos que se registra na Anvisa”, destaca Claudia, que ainda revela outros benefícios desses medicamentos: “o veterinário pode prescrever e associar mais de um princípio ativo, pois podem ser associados na mesma fórmula, evitando desperdícios e até, talvez, por um custo mais baixo, já que o custo dos princípios ativos manipulados é mais baixo quando comparados aos das indústrias farmacêuticas veterinárias; ele é produzido na dose correta para o animal, de acordo com sua idade e peso, sendo que características individuais podem ser levadas em consideração; pode ser associado ao alimento que o animal consome rotineiramente, facilitando a administração pelo responsável ou produzido na forma de sachê com algum alimento à base da proteína consumida pelo animal”.

Embora o setor tenha vários estudos com ensaios clínicos em cães e gatos com medicamentos manipulados, Claudia ainda vê empecilhos para o desenvolvimento maior do segmento “O maior problema no Brasil e também, em outros países, é que os cursos de graduação em medicina veterinária não contemplam os estudos em produção de fármacos manipulados”, opina. “Creio que para o setor crescer ainda mais é preciso que ele ganhe mais credibilidade, porque os manipulados competem com medicamentos com testes de eficácia e segurança aos que os industrializados passam; além de mais médicos veterinários prescrevendo medicações para manipulação”, acrescenta. Para Claudia, como o mercado de manipulados é muito competitivo, para que um veterinário comece a atuar nele, ele precisa, primeiramente, se qualificar para este mercado. “Porém, destaco que ainda assim, há necessidade de um farmacêutico responsável trabalhando juntamente com esse veterinário”, comenta.

Indicações e uso

O uso de medicamentos manipulados em animais é possível em inúmeros tratamentos, sejam eles sistêmicos ou tópicos. “Há uma lista enorme de possibilidades. Contudo, as formas farmacêuticas utilizadas por vias de administração parenterais ainda não são manipuladas”, aponta Claudia, que ainda percebe um maior uso de fármacos industrializados pelos veterinários. “Grande parte, por falta de conhecimento nas possibilidades da manipulação de fármacos sendo mais cômodo prescrever o medicamento industrializado”, diz.
Para que um veterinário possa prescrever tais medicamentos, Claudia aponta que é preciso conhecer muito bem a farmacocinética e farmacodinâmica dos fármacos. “Só assim ele poderá fazer associações corretas, seguindo as doses recomendadas para cada espécie animal”, diz.

Agradecemos a colaboração de Claudia Turra Pimpão, médica veterinária Professora titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Disciplinas: Bases farmacológicas e terapêuticas; saúde única e medicina do coletivo. Presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná.

Por Samia Malas