segunda-feira, abril 29, 2024
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QUAL LEGADO DEIXAREMOS?

Feira de adoção promovida por muitas ONGS – Foto: Nayana Figueiredo

Ter uma indústria de ração envolvida nas causas de proteção animal é o desejo do consumidor

Assim como a indústria do aço e seus derivados têm sua parcela de culpa nos desastres ecológicos como Brumadinho, a indústria pet, que tem como seu maior player a indústria de ração, tem sua parcela de culpa nos males como o abandono, superpopulação de animais de rua, zoonozes e problemas correlatos. Esse é o pensamento do consumidor consciente, principalmente da nova geração.

A boa notícia é que já temos muitas indústrias de ração realizando seu papel. Mas a maioria delas não possui um programa regular. Segundo Flávio Lamas, vice-presidente da Associação Amigos dos Animais de Campinas (AAAC), até poucos anos atrás, na hora de comprar ração, tanto fazia a marca. O preço era o mais importante. Mas essa situação já mudou e vai mudar ainda mais. Se a marca não estiver associada à um trabalho e comprometimento com a causa animal, não terá o mesmo apelo mercadológico. Creio que em breve chegaremos ao ponto de ser necessário uma divulgação forte das marcas sobre as ações para atender animais de ONGs e animais de rua.

Para a indústria, ajudar as ONGs de proteção animal não é só gratificante do ponto de vista social. Há um retorno real de volume de vendas para marca. Segundo Flávio, outro exemplo claro do comprometimento das empresas com a causa animal são as feiras de adoção. Nelas, a maior parte das ONGs trabalha já com o apoio de alguma marca. Então, na hora que uma família adota, sem- pre pergunta: que ração ele está acostumado a comer? É nesse ponto que se estabelece um vínculo. “A AAAC, que mantém um abrigo com cerca de 2.500 animais, é uma das pioneiras em fazer feirinhas com apoio de em- presas de ração. Uma grande marca selecionou cerca de duas dezenas de ONGs e fornecia kits com produtos. Esta marca, de padrão médio, começou a fazer sucesso e subir no ranking de aceitação popular”, conta Flávio. “É importante ressaltar também outro caso. Outra marca que tivemos parceria, fazia desde seminários anuais, com centenas de protetores participantes de todo o país, até premiações. Foi a primeira marca a criar um selo em sua embalagem que, entregues às

ONGs, revertia em ração para animais carentes. Isso de norte a sul do país, numa logística complexa, mas que fez a marca subir no conceito popular”, lembra Flávio.

Quanto mais cresce o mercado pet, mais cresce a necessidade de seus players atuarem de forma consciente. Por isso, convidamos você que é da indústria, distribuidor ou lojista, a avaliar a possibilidade de criar programas de proteção animal, de conscientização, ou até mesmo a educar sua equipe de colaboradores.


Por Natália MirandaDiretora da editora Top.Co., há quase 25 anos no mercado pet, atuando com a publicação das revistas Pet Center/ Groom Brasil; Pulo do Gato; Cães & Cia; Medicina Veterinária em Foco; o concurso de tosa Groom Brasil; a feira SuperPet; e o congresso VetScience.


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