quinta-feira, março 28, 2024
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Casos de pancreatite crescem 60% e desafiam a medicina veterinária

Por Mário Marcondes, associado da Comissão de Animais de Companhia (COMAC)
do SINDAN e diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira

Nós, profissionais da área de saúde animal, sabemos o tamanho do desafio que enfrentamos para tratar determinadas doenças, principalmente aquelas que ainda estamos aprimorando a análise de diagnósticos. A pancreatite é uma dessas patologias desafiadoras, um tanto misteriosa, se podemos dizer assim, mas que nos motivam a estudar e investigar seu comportamento e evolução.
 

iStock/Visivasnc

Segundo o levantamento do Hospital Veterinário Sena Madureira, que calculou a quantidade de atendimentos realizados nos últimos dois anos relacionados às doenças mais frequentes nos pets, há um aumento de 60% no número de casos de animais de estimação diagnosticados com pancreatite.
 
A COMAC (Comissão de Animais de Companhia do SINDAN – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal) complementa o cenário afirmando em sua pesquisa “Árvore de Valor 2014” que, entre as razões pelas quais os tutores levam os animais de estimação ao veterinário estão sintomas como diarreias e vômitos (6% cães e gatos). Indicativos muito comuns em pets que apresentam pancreantite. E ainda complementa afirmando que: 27,9% dos medicamentos prescritos pelos veterinários são os antibióticos (15,7%) e anti-inflamatórios (12,2%), usados frequentemente nos tratamentos da doença em questão.
 
Com esses dados, reforçamos a importância de estudar e aprofundar nossos conhecimentos sobre essa enfermidade. Não podemos negar que já existem muitos exames que nos auxiliam no diagnóstico preciso como o de sangue de lipase pancreática específica, ultrassom, hemograma, bioquímicos e dosagem de eletrólitos. Mas, por conta do crescente aumento de casos da doença, sua recorrência está além das causas já conhecidas como uso excessivo de medicamentos, obesidade, predisposição associada à diabetes, insuficiência renal ou cardíaca, por exemplo. Aumentando assim a necessidade de investigação aprofundada e minuciosa.


iStock/ sanjagrujic
 
Assim, devemos focar em contribuir para a redução de incidência dessa doença e colocar em ação nosso juramento em prol da boa prática profissional que reforça:
 
“…com especial respeito ao Código de Ética da profissão, sempre buscando uma harmonização entre ciência e arte e aplicando os meus conhecimentos para o desenvolvimento científico e tecnológico em benefício da sanidade e do bem-estar dos animais, da qualidade dos seus produtos e da prevenção de zoonoses, tendo como compromissos a promoção do desenvolvimento sustentado, a preservação da biodiversidade, a melhoria da qualidade de vida e o progresso justo e equilibrado da sociedade humana”.
 
Lembremo-nos disso.