sábado, abril 20, 2024
Aves e Aquarismo

PERIQUITO AUSTRALIANO: MANEJO E CURIOSIDADES

Conheça mais sobre a reprodução, história, entre outros pontos importantes sobre essa bela ave

Foto: FOB

Eles são coloridos, alegres, resistentes e ativos; adjetivos que caracterizam uma ave muito famosa em diversas regiões do mundo, o encantador: Periquito Australiano (Melopsittacus undulatus). Essa pequena espécie foi levada da Austrália para a Europa há mais de 100 anos e, a partir daí, conquistou os aficionados por aves de várias regiões do planeta. Existem diversas espécies de Periquitos criadas de forma ornamental, mas o Periquito Australiano, sem dúvida alguma, é o mais conhecido. Ao que parece, nos últimos anos, as aves ornamentais perderam espaço entre a preferência das pessoas que procuram por um novo pet. Especialistas acreditam que devido ao fato de que aves vivem engaioladas, ou seja, aprisionadas na visão popular, isso tem impactado a visão das pessoas perante a criação de aves. Porém, uma nova modalidade vem ganhando espaço nos pet shops, e reconquistando as pessoas – As aves de contato. Isso literalmente abriu portas para que as aves explorassem o lado externo da gaiola, ganhando qualidade de vida. E adivinha quem se enquadra perfeitamente nesse grupo? Sim, nosso amigo Periquito Australiano! Vamos conhecê-lo?

Que periquito é esse?

Como dito anteriormente, esse animal é encontrado em ambiente natural agrupado em bandos sobrevoando as regiões áridas e semiáridas da Austrália, onde pode ser visto vivendo em casais. Pertencente à grande família Psittacidae; entre os membros deste grupo encontram-se os Periquitos, Papagaios, Lóris e Araras. As principais características dos psitacídeos são as patas zigodáctilas (dois dedos para frente e dois para trás que favorece a habilidade de escalar); e bico curvo (adaptado para descascar sementes, frutos e abrir buracos em troncos). É considerada uma ave de pequeno porte, medindo cerca de 18 cm de comprimento. Sua expectativa de vida pode ser comparada à de um cão de pequeno porte, cerca de 15 anos. São animais monogâmicos, ou seja, formam casais e vivem longos períodos juntos. Não gostam de viver sozinhos devido a sua característica de grupo, portanto, é recomendado no mínimo dois indivíduos juntos. É possível diferenciar o macho da fêmea através da carúncula (estrutura localizada acima do bico, a mesma do orifício nasal). Quando adultos, a carúncula do macho se torna azulada e a da fêmea amarronzada. Quando filhotes, é difícil a identificação, pois as cores da carúncula ainda não foram definidas. Já a sua alimentação, consiste basicamente em: grãos, gramíneas e frutos. Passam uma boa parte do dia ciscando e se alimentando.

Em casa

Quando alguém se interessa em adquirir um pet, duas perguntas surgem naturalmente: Dá muito trabalho? Quanto custa para manter esse animal? Podemos classificar nosso amigo Periquito com o famoso dito popular – BBB (bom, bonito e barato), isso porque, para mantê-lo, o custo é muito baixo, a expectativa de vida dele é alta e suas cores são vibrantes, além de ser muito simpático, resumindo, é uma ótima opção como pet. Um kit básico para um casal consiste em: Gaiola apropriada para a espécie; comedouro principal para sementes ou ração extrusada; bebedouro; pequeno comedouro para a farinhada; ninho de madeira (além de ser essencial para a reprodução, também serve como abrigo); banheira; pedra de cálcio; brinquedos de madeira para o desgaste do bico; e poleiros. O maior gasto se concentra na compra do kit inicial, porém, o custo para mantê-lo é muito baixo. Outro ponto importante é onde a gaiola será acomodada. Locais como varandas abertas, quintais ou próximo a janelas são inadequados para qualquer ave. O vento constante e a oscilação de temperatura, sem dúvida, influenciam na saúde do animal. 

Manutenção

A manutenção do periquito é muito tranquila e podemos dividi-la em três rotinas:

Diariamente – Troca do papel de fundo (não é recomendado jornal, devido à tinta); lavar o  bebedouro e troca de água, essa, obrigatoriamente filtrada; reposição da mistura de sementes ou ração extrusada (não é recomendado assoprar a mistura de sementes afim de eliminar resíduos como cascas, o ideal é a troca total do alimento); cobrir a gaiola com uma capa, pano ou toalha, respeitando o fotoperíodo do animal, a partir das 19h00. A manutenção diária ocupa em torno de 10 a 15 minutos do tutor.

Semanalmente – Em dias ensolarados, expor o animal ao banho com água (borrifador ou banheira) e na sequência no sol, até secar as penas; limpeza de todos os comedouros e brinquedos; fornecer hortaliças, frutas e leguminosas, como: couve, almeirão, catalonha, rúcula, cenoura, maçã, brócolis, milho-verde, etc. 

Mensalmente – Transferir o animal para um local seguro e higienizar todos os itens, inclusive a gaiola. O ideal é que a limpeza seja feita com um bom desinfetante como os à base de amônia quaternária. A ideia é eliminar todo o resíduo de fezes, resto de alimentos e microrganismos. Após enxaguar e secar todos os itens, repor o alimento e água. O animal só deve retornar após todos os itens que integram a gaiola estarem em seu devido lugar.

Reprodução

Como dito anteriormente, quando adultos, é muito simples identificar os sexos (machos possuem a carúncula azul e as fêmeas marrons). Formado o casal, basta uma boa alimentação e um ninho de madeira, que logo desovarão. Neste período a alimentação precisa ser reforçada. A fêmea coloca em torno de 3 a 4 ovos e os choca junto ao macho, após 18 dias eles começam a eclodir (é importante não os incomodar abrindo o ninho, se o casal se sentir ameaçado, podem abandonar os ovos). Os filhotes nascem totalmente sem penas, e precisam dos cuidados intensos dos pais para o devido desenvolvimento. Ambos os sexos cuidam dos filhotes, eles se alimentam e voltam ao ninho para regurgitar uma papinha extremamente nutritiva nos bicos dos pequenos perequitinhos. Em algumas semanas, já empenados, os pequenos começam a explorar o lado externo do ninho. Nessa fase eles ainda se alimentam da papinha dos pais, porém começam a brincar com o alimento sólido (sementes). Assim que os filhotinhos começarem a bater asa e voar, já comendo 100% a alimentação de adulto, é possível ensiná-los a conviver na parte externa da gaiola.


Por Tiago Calil Biólogo responsável pelo treinamento do setor de aves na Cobasi.


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