sexta-feira, abril 19, 2024
Caderno Regional

Mercado pet e vet do centro-oeste: Muito potencial de crescimento

Foto: Ondrej Prosicky/iStockphoto.com

Nos últimos 5 anos a região vem experimento forte crescimento e tem muito espaço para investimento planejado e diferenciado 

Formada por três Estados – Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul -, mais o Distrito Federal (Brasília), a região Centro-Oeste do Brasil ocupa, aproximadamente, 19% do território brasileiro. Segundo dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população é de 16.297.074 habitantes. A região se caracteriza pela baixa densidade demográfica – apenas 11,98 habitantes por km² (para se ter uma ideia, na cidade de São Paulo a densidade é de 166,23 hab/km²) e pela pecuária de corte. “O Estado de Mato Grosso é o maior plantel nacional, segundo dados do IBGE, com 13,8% do rebanho nacional”, aponta Cesar Maiolini, CEO do Grupo CMS (ACJ Distribuidora, ACNEW Distribuidora e ANJU Distribuidora). Com sede em Cuiabá-MT e filial em Porto Velho-RO, o Grupo CMS atua em Mato Grosso, Rondônia, Acre e sul do Pará. “O mercado pet no Centro-Oeste ainda é modesto quando comparado a outras regiões, mas está em crescente desenvolvimento. Uma das razões seria por estarmos em expansão, tanto em crescimento populacional quanto desenvolvimento econômico”, diz Cesar. Ainda segundo ele, a baixa densidade demográfica e a extensão territorial, são dificuldades da região. “Os custos dos produtos e serviços acabam chegando mais elevados para o cliente final, mas essa característica não limita o crescimento do mercado, pois adotamos como estratégia aumentar o market share e, por consequência, o tiket médio per capto”, explica.  

“As características dos pet shops da nossa região são lojas grandes, imponentes, com forte atendimento em balcão e pouco atendimento clínico especializado”

diz Cesar Maiolini, CEO do Grupo CMS

Wilson Rubert, diretor e proprietário das distribuidoras Biologic, de Mato Grosso do Sul, e Premium Vet, de Mato Grosso, comenta que, embora haja limitações em relação a grandes centros – como essa questão da baixa população –, o mercado do Centro-Oeste também está em expansão e apresenta crescimento. “O segmento que mais cresce é o de serviços, como clínicas veterinárias etc., pois as pessoas estão cuidando mais dos animais. Um dos maiores crescimento que tivemos na empresa foi com na venda de ração”, acrescenta Wilson, que tem adotado estratégias diferentes para driblar as grandes distâncias que sua equipe de vendas enfrenta para visitar clientes. “Tenho colaboradores que rodam mais de 1.000 km em uma semana. Isso faz com que o vendedor passe mais tempo no carro viajando do que no próprio cliente. Temos trabalhado muito com mídias sociais, televendas, reorganizando a maneira de trabalhar, para dar mais agilidade aos clientes”, completa o empresário.  

“Temos trabalhado muito com mídias sociais, televendas, reorganizando a maneira de trabalhar, para dar mais agilidade aos clientes”

comenta Wilson Rubert, das distribuidoras Biologic e Premium Vet

Segundo Weber Abud Martins Duarte, diretor da Wd Vet, com sede em Luziânia-GO e atuação no estado de Goiás, Distrito Federal e entornos, “o mercado pet do Centro-Oeste segue um crescimento muito bom e as expectativas para 2021 são promissoras. Apesar da pandemia, esse mercado pet continua em total evolução. Observamos esse crescimento pelo cadastro diário de novos clientes”. 

Alexandre Coelho Lima Rocha, diretor comercial da Vetmat, distribuidora que atua no Estado do Mato Grosso do Sul – com sede em Campo Grande –, avalia o mercado pet de sua região como em desenvolvimento. “O nosso mercado vem crescendo muito e se especializando, algo que há 5 anos víamos apenas nos grandes centros. Isso acontece, pois os tutores estão muito mais preocupados em cuidar do pet de uma forma mais eficiente, dando ração de melhor qualidade, protegendo o animal das doenças endêmicas da região (como a Leishmaniose), além de pulgas e carrapatos e cumprindo o calendário de vacinas como protocolo preventivo”, aponta. “Aqui, no ramo veterinário, a prevenção e combate à leishmaniose é muito forte. Então vemos muitos animais usando as coleiras repelentes como forma de prevenir essa doença”, reforça. “É um mercado de oportunidade para quem está disposto a investir de forma planejada, com conhecimento do negócio e oferecendo serviços diferenciados. Acredito que ainda vai se desenvolver muito”, complementa Alexandre. 

Perfil de pets

Na região, ainda o que predomina são cães. “Essa realidade vem mudando com um aumento, ainda que discreto, de felinos nos lares. Embora os animais tidos como pets exóticos ainda sejam raros no MS, já existe um nicho do mercado de veterinários especializados para atendê-los”, revela Alexandre.  

Weber concorda que o perfil de tutores é mais voltado para cães e gatos, mas em algumas regiões, como no norte de Goiás, os grandes animais já têm um mercado maior que o pet. 

“O mercado pet do Centro-Oeste segue um crescimento muito bom e as expectativas para 2021 são promissoras. Apesar da pandemia, esse mercado pet continua em total evolução”

diz Weber Abud Martins Duarte (à esq.), diretor da WD Vet Produtos Veterinários. Na foto (à dir.) Demailto Ferreira Silva, sócio de Weber

Cesar ressalta o segmento de felinos como o que apresenta maior crescimento. “Raros nos consultórios há 2 anos, hoje estão mais presentes tanto na rotina clínica quanto dentro do banho e tosa”, aponta. “O maior desafio ainda é mudar a mentalidade do tutor que, em sua maioria, ainda está se habituando com os custos de se ter um pet. A vinda dos primeiros gatis para o estado tem ajudado nessa dificuldade agregando mais valor ao segmento”, completa Cesar.

“O segmento de aves ornamentais não é muito o nosso forte, pois estamos muito perto do Pantanal e as pessoas gostam de ver as aves na Natureza. Campo Grande e Cuiabá, se for no centro da cidade, você vê araras voando livres. Mas o mercado cão e gato é muito crescente, embora cães ainda o lidere. Na pandemia muitos entraram em contato conosco em busca de filhotes de cães, por exemplo”, opina Wilson.

“É um mercado de oportunidade para quem está disposto a investir de forma planejada, com conhecimento do negócio e oferecendo serviços diferenciados”

fala Alexandre Coelho, diretor comercial da Vetmat

Particularidades

Os pet shops da região Centro-Oeste, segundo os entrevistados, ainda são mais focados no atendimento de balcão, personalizado, tendo poucas megalojas com conceito de supermercado pet. “Nas lojas da região o tutor é totalmente assistido durante sua experiência de compra”, afirma Alexandre. 

“As características dos pet shops da nossa região são lojas grandes, imponentes, com forte atendimento em balcão e pouco atendimento clínico especializado”, opina Cesar. 


Por: Samia Malas


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