quarta-feira, abril 24, 2024
Administração

Transparência é importante aliada para enfrentar a crise

A situação econômica atual do Brasil está deixando muitos empresários preocupados. Basta acompanhar os jornais para observar que as notícias pessimistas se multiplicam. É a diminuição nas vendas, a ameaça da inflação, o aumento das taxas de endividamento, a incerteza política, apenas para citar alguns exemplos. O mercado pet não tem sido afetado diretamente, porém o cenário atual como um todo é preocupante.

Quando os reflexos da crise começam a ser sentidos, não há como não traçar estratégias para superar o momento adverso. Ocorre que, se a situação é difícil para o empresário, também é para os funcionários, que começam a ter medo do que pode ocorrer com eles.

PRÓXIMO DA EQUIPE

Nas empresas de menor porte o funcionário fica mais próximo do gestor. Com isso, acompanha tudo o que está ocorrendo. Para evitar o pânico dentro da empresa, o melhor a se fazer é ser transparente com a equipe. O empresário deve ser claro e objetivo com seus colaboradores, de forma a fazer com que eles o ajudem neste momento, estabelecendo um plano de enfrentamento da crise.

Quando ele traz os funcionários para o seu lado, mostra que o esforço individual é importante para fortalecer o grupo. Assim, todos poderão atuar como equipe e enxergar que tudo passa, e que logo a empresa voltará ao seu ritmo normal.

Quando o empresário divide a realidade com a sua equipe, demonstra segurança, além de ganhar a confiança dos funcionários, que sabem que seu gestor está trabalhando para reverter o momento negativo.

Entretanto, não se deve dividir com a equipe tudo aquilo que possa desestabilizá-la, como corte de pessoal, mudança na estrutura da empresa, possível venda do ne- gócio a terceiros ou, até mesmo, o encerramento das atividades. Enfim, tudo aquilo que possa interferir no rendimento da equipe deve ser evitado. Mesmo na crise, a equipe deve ser estimulada a render mais.

QUEM MANDA É O EMPRESÁRIO

A equipe deve participar de todas as etapas para superar a crise, mas as decisões devem ser tomadas pelo empresário, nunca por terceiros. Isso parece óbvio, mas infelizmente não é o que acontece em muitos casos, nos quais o empresário se deixa influenciar por terceiros a tal ponto de se esconder em suas decisões, atribuindo possíveis medidas erradas a essas pessoas, nunca assumindo o próprio erro.
 As decisões devem vir do empresário a partir de sua experiência e do conhecimento adquirido junto a terceiros, inclusive seus colaboradores, e uma análise mais profunda do problema deve ser realizada. A decisão cabe a ele, é ônus da posição que ocupa. O líder deve mostrar o caminho.

Liderança não é tarefa fácil. Tornar-se líder é algo a ser alcançado, construído com muito trabalho e sacrifício, é o caminho da experiência a ser percorrido, é caracterizada pelo carisma, conhecimento, pela legitimidade e competência.

Somar conhecimento a partir de suas próprias experiências, contudo, não é suficiente. É necessário saber ouvir, estar aberto a perspectivas diferentes, somar a experiência de outros. Dessa forma, o empresário irá acumular informações suficientes para tomar decisões quando elas forem necessárias. Agir dessa maneira lhe dará mais segurança, que refletirá em seus colaboradores, de forma que eles o admirem mais a cada dia, o respeitem e passem a segui-lo de forma incontestável. Vale ressaltar, no entanto, que saber ouvir não é fazer parte de um monólogo. O diálogo é fundamental para possibilitar que o outro dê vazão ao seu ponto de vista sobre determinado assunto.

TRAUMAS E DEMISSÕES

Se apesar de todo esforço, as demissões forem inevitáveis, a transparência é novamente uma recomendação importante. O empresário deve agir sem rodeios, mas deixar claro que o empregado demitido poderá eventualmente ser chamado no futuro. Para ambas as partes, empresa e trabalhador, a regra é nunca fechar as portas, afinal ninguém sabe o dia de amanhã.

Há ainda outro fator importante a ser analisado agora e que servirá como reflexão no futuro. Toda crise gera trauma, disso não há como escapar. O segredo é saber como vamos lidar com esses traumas. Podemos aprender com eles para melhorar, ou não. Nesse caso, ao nos deixarmos cair, podemos não conseguir nos reerguer como pessoas e como empresas. O que queremos para nós?